sexta-feira, 28 de março de 2008

OLHA O TEXTO DA PROVA AÍ, GENTE!!!

OLHA O TEXTO DA PROVA AÍ, GENTE!!!

O texto que segue é o mesmo que vocês encontrarão na prova. Leia-o atentamente, principalmente, as instruções. Dê asas a sua imaginação, se envolva com a história e surpreenda o seu leitor.
Tenho certeza de que vocês vão criar ótimas histórias!
Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente
Do jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar.
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito
De sempre falar.
E nem deixou-a só num canto,
Pra seu grande espanto
Convidou-a pra rodar.
E então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria ousar.
Com seu vestido decotado cheirando a guardado
De tanto esperar.
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo
Não se usava dar.
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou.
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou.
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos
Roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.

Chico Buarque e Vinícius de Morais (1970)


Após a leitura atenta do texto, sua tarefa será recontar o fato acima detalhando e enriquecendo a narrativa como quiser. Quanto ao foco narrativo, escolha:
a) narrador-observador (3ª pessoa);
b) narrador-personagem (1ª pessoa/ ele ou ela);
c) narrador-personagem (1ª pessoa/ o vestido).

Faça o seu texto à caneta e em, aproximadamente 25 linhas. Dê um título criativo para a sua história e lembre-se de que a falta do mesmo prejudicará a sua nota. Envolva e surpreenda o seu leitor, explore a sua criatividade!
UM GRANDE BEIJO! BOA SORTE E BOA PROVA!

A Tessitura Narrativa

A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história;
QUEM? - personagens;
COMO?- o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência;
QUANDO?- o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.

Observe como se aplicam no texto de Manuel Bandeira esses elementos:

Tragédia brasileira

Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu maria Elvira na Lapa - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escãndalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moravam no Estácio, Rocha, Catete, rua General Pedra, Olaria, Ramos, bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato. Inválidos...
Por fim, na rua da Constituição, onde Misael, privado de sentimentos e de inteligência, matou-a com seis tiros e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
(Manuel Bandeira)
* O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional;
* Quem? Misael e Maria Elvira;
* Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com uma prostituta;
* Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares;
* Quando? Duração do relacionamento: 3 anos
* Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.

A Narrativa
Narrar é contar uma história (real ou fictícia). o fato narrado apresenta uma seqüência de ações envolvendo personagens no tempo e no espaço. convencionalmente, o enredo da narração pode ser assim estruturado: exposição (apresentação das personagens e/ou do cenário e/ou da época), desenvolvimento(desenrolar dos fatos apresentando complicação e clímax) e desfecho (arremate da trama). Entretanto, há diferentes formas de se compor uma trama, seja iniciá-la pelo desfecho, construí-la apenas através de diálogos, ou mesmo fugir ao nexo lógico de episódios.
Veja no texto abaixo todas os elementos básicos de uma narrativa, os mesmos estão separados por diferentes cores e no final há uma legenda explicativa:
Um homem de consciência
Chamava João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lelíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipóstese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem saber o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto no coração o deperecimento visível de sua Itoaca (1).
_ Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons - agora só um e bem ruinzote. já teve seis advogados e hoje mal há serviço para um rábula ordinário como Tenório. nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itoaca está se acabando...
João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itoaca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
_ É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que itoaca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
Um dia (2), aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado (3). Nosso homem recebeu a notícia (3) como se fosse uma porretada no crãnio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa sriíssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itoada!...
João Teodoro caiu em meditação profunda (3). passou a noite (2) em claro, pensando e arrumando as malas (3). Pela madrugada (3) botou-as num burro (3), montou seu cavalo magro e partiu.
_Que é isso, João? para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
_ Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que itoaca chegou mesmo ao fim.
_ Mas, como? Agora que você está delegado?
_ Justamente por isso, terra em que João Teodoro chegou a delegado, eu não moro. Adeus.
E sumiu(3).
Monteiro Lobato
1- Espaço
2- Tempo
3- Ação
Legenda explicativa:
Rosa: Exposição
Vermelho: Desenvolvimento - Parte em negrito: complicação
Azul: Desfecho
É bom recordar!

NÃO DIGA:
-Menas e sim menos
-Iorgutee sim iogurte
-Mortandela e sim mortadela
-Mendingo e sim mendigo
-Trabisseiro e sim travesseiro
-Trezentas gramas (é O grama e não A grama
-Di menor, di maior (é simplesmente maior ou menor de idade)
-Cardaço e sim cadarço
-Asterístico e sim asterisco
-Meia cansada e sim meio cansada
E lembre-se também :

-Mal é o oposto de Bem
-Mau é o oposto de Bom
-A casa é GEMINADA (do latim geminare = duplicar) e não GERMINADA que vem de germinar, nascer, brotar
-O certo é CUSPIR e não GOSPIR
-O certo é BASCULANTE e não VASCULHANTE, aquela janela do banheiro ou da cozinha.
-Se você estiver com muito calor, poderá dizer que está "suando" (com u) e não "soando", pois quem "soa" é sino !

-O peixe tem ESPINHA (espinha dorsal) e não ESPINHO. Plantas têm espinhos
-Homens dizem OBRIGADO e mulheres OBRIGADA
-O certo é HAJA VISTA (que se oferece à vista) e não HAJA VISTO
-"FAZ dois anos que não o vejo" e não " FAZEM dois anos"

-POR ISSO e não PORISSO.
-COM CERTEZA e não CONCERTEZA
- O QUE e não OQUE
-DE REPENTE e não DERREPENTE
-DESDE e não DEUSDE nem DESDE DE
-"HAVIA muitas pessoas no local" e não " HAVIAM"
-"PODE HAVER problemas" e não "PODEM HAVER...." PROBLEMA e não POBLEMA ou POBREMA (deixe isso para o Zé Dirceu)
-A PARTIR e não À PARTIR
-Para EU fazer, para EU comprar, para EU comer e não para MIM fazer, para mim comprar ou para mim comer. (mim não conjuga verbo; apenas "eu, tu, eles, nós, vós, eles")

-Você pode ficar com dó (ou com um dó) de alguém, mas nunca com "uma dó"; a palavra dó no feminino é só a nota musical (do, ré, mi, etc etc.)
-As pronúncias: CD-ROM é igual a ROMA sem o A. Não é CD-RUM (nem CD-pinga, CD-vodka, etc). ROM é abreviatura de Read Only Memory - memória apenas para leitura.
- Jamais diga ou escreva “seje” e “esteje”; essas palavras não existem. O correto é “seja” e “esteja”